São levados como folhas ao vento :

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Light Child - Chapter III

Mitsuko sentou-se numa cadeira feita de madeira de carvalho, não parava de pensar no sonho que havia tido na noite anterior. Estava tão distraída que não reparou que o almoço estava a queimar-se.

- Mitsuko! Desliga o fogão, estás a queimar a sopa! - Gritou sua mãe da sala de estar.

Mitsuko deu um salto da cadeira e rapidamente foi desligar o fogão.

Havia acabado de fazer o almoço quando o seu irmão apareceu na cozinha pedindo o pequeno-almoço, pois havia acordado e tinha fome.

- Tira o leite - disse Mitsuko e assim fez seu irmão - agora tira a tigela - seu irmão obedeceu e retirou a tigela - vai buscar o cereal - Hohaku foi a correr para a dispensa e retirou de lá uma caneca de cereal e colocou dentro da tigela - agora põem o leite na tigela - e mais uma vez, Hohaku obedeceu - ai tens o teu pequeno-almoço! – Mitsuko sorriu e voltou a mexer a sopa para não a queimar.

Hohaku olhou para tigela e depois para a irmã e repetiu o processo mais uma vez.

- Não vale! Fui eu que tive o trabalho todo!

Não foi difícil, foi? Para a próxima não precisas da minha ajuda.

Hohaku foi a correr para a sala e foi contar a mãe o que se havia passado. Mitsuko começou a rir-se e disse em voz bem alta para que ele pudesse ouvir: Anda lá comer!

Acabando de almoçar Hohaku perguntou a irmã se ela queria ir brincar com ele e como já não passavam muito tempo juntos, Mitsuko concordou.

Partiram para o parque.

Haviam chegado e Mitsuko sentou-se no chão. Observava o irmão e de vez enquanto olhava para o céu e para as nuvens decifrando as imagens que existiam nelas. Hohaku brincava perto de Mitsuko por isso, ela não se preocupava. Ficou a olhar para o céu e nem deu pelo tempo a passar. Levantou-se, olhou em redor e tentado encontrar seu irmão e concluiu, desesperadamente, que ele havia desaparecido. Mitsuko deu um salto e foi a correr a procura dele, mas por mais que procurasse, não encontrava-o. Mitsuko, já desesperada, gritou por Hohaku. De repente Hohaku saiu de uns arbustos, Mitsuko correu para ele e agarrou e começou a ralhar com ele.

- Onde estiveste?! Estava tanto preocupada! Não podes desaparecer assim do nada!

- Estava a brincar ali nas árvores maninha, tinha uma borboleta a voar e fui atrás dela. – Disse ele com medo que Mitsuko brigasse mais com ele.
- Avisa me antes! Podias ter te perdido ou magoado! E se algum animal perigoso te ataca? O que é que vou dizer a mãe? Para a próxima diz-me onde queres ir que vou contigo! - Ralhou Mitsuko.

- Ok maninha. Para a próxima digo-te logo!

- Acho bem! Vamos agora para casa que já é tarde.

Começaram a andar e ao passar para o caminho, Mitsuko viu algo a rastejar pelo chão, era castanho, cor da terra, por isso não notava se muito, mas Mitsuko tinha uma visão apurada, por isso notou de imediato que aquilo era uma cobra. - Hohaku, anda cá! – Começou ela a gritar. Hohaku já estava a correr e a saltitar quando parou e olhou para Mitsuko. Ao parar, pôs o pé em cima da cobra e a cobra mordeu-o.
Hohaku gritou de dor quando os dentes da cobra perfuraram a pele dele. Mitsuko começou a gritar e correu para o seu irmão.

- Hohaku! Estás bem? HOHAKU! – Gritou Mitsuko cheia de nervos

Mitsuko agarrou seu irmão e correu para a casa do curandeiro da vila, o velho Daisuke, perito em curar as mais complicadas e mortíferas doenças e picadas de animais. Ao chegar lá bateram a porta.

- Senhor Daisuke! Por favor! Ajude-nos! O meu irmão foi mordido por uma cobra! Por favor! Ele está a morrer! – Dizia Mitsuko engasgando-se em palavras e comendo outras.

Daisuke abriu a porta e mandou-a entrar rapidamente. Pegou em Hohaku e deitou-o na cama.

- Que cobra mordeu-o? – Perguntou ele rapidamente.

- Era castanha, tinha espinhos na cabeça e tinha manchas pretas – disse Mitsuko.

- Uma “Orochi Kuroi”! - Rapidamente, Daisuke levantou-se. – Onde é que ele foi mordido?

- Ao pé do parque, porque?

- Tenho que encontrar a cobra para fazer o antídoto! Fica aqui com ele! Não saem daqui!

Daisuke saiu a correr em direcção ao parque. Mitsuko agarrou a mão de Hohaku dizendo: Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem! – Por favor! Se existe alguém que possa fazer algo, por favor, ajuda me! – Mitsuko continuava agarrada a seu irmão e começou a chorar, tinha esperança que acontecesse algo que lhe curasse o irmão, que Daisuke chegasse rapidamente e fizesse o antídoto, curando o irmão.

- Porque estás a chorar?

- Quem está ai?!

- Porque não ajudas o teu irmão se tens o poder de Lithius?

- Não estou a achar piada! Onde estás? Quem é Lithius?

- Estou na tua cabeça.

- Na minha…? Estás a dizer que estou a ficar doida?

- Não… Estou em cima da tua cabeça.

Mitsuko abanou a cabeça e um ser com casca de ovo caiu de sua cabeça. Esse ser pôs-se direito e olhou para Mitsuko, era uma casca de ovo com olhos, nariz e boca, tinha a casca rachada a meio da testa.

- Que foi? Nunca viste um Espírito da Vida? Chamo-me Haru, e tu? E vocês não dão a história de Lithius na escola?

- Espírito da Vida? Chamo-me Mitsuko… e acho que essa parte só vamos dar daqui a uns tempos…

- Eu sou o Espírito básico de Lithius, tenho o poder de curar o que quiser, dar vida a coisas mortas e isso tudo. E atravez de mim podes usar o meu poder, tal como podes usar o poder de outros espíritos de Lithius. Podias usar um poder de cura e o teu irmão sobrevivia, porque não o fazes?

- Porque eu não sei o que fazer!

- É tão fácil! Basta quereres! Quatro palavrinhas bastam para este tipo de problemas! – Cantarolava Haru.

- E como sei se o que estou a fazer é certo? Como sei o que é que estou a fazer? – Mitsuko começou a ficar aflita por não saber o que fazer, ficando sem ar.

- Calma, eu vou explicar-te o que tens que fazer! Repete tudo o que eu digo! - Haru começou a citar: Kei, Sosei Ikinoo Shou. Mitsuko repetiu o que Haru disse e de repente, uma luz envolveu seu irmã, retirou um liquido que provavelmente era o veneno da cobra e fechou os dois buraquinhos que tinha na perna, e passados segundos, acordou.

- Hohaku! Estás bem? Tens alguma dor? Sentes algo? – Começou Mitsuko a lançar perguntas preocupadíssima, olhou para Haru para agradecer-lhe mas este tinha desaparecido.

- Maninha, que se passa? Onde estamos?

Mitsuko abraçou seu irmão e começou a chorar de alívio. Ambos foram para casa, na cabeça de Mitsuko as palavras de Haru ecoavam na sua mente. Na janela de Mitsuko, havia uma planta, essa planta já estava a morrer e Mitsuko disse as mesmas palavras: Kei, Sosei Ikinoo Shou. Para espanto de Mitsuko, a planta envolveu-se com uma luz dourada e passado uns segundos tinha revigorado e voltou a ter a vitalidade que lhe era natural. Só no dia a seguir é que se lembro do pobre Daisuke que havia ficado a procurar a “Orochi Kuroi” que havia picado o seu irmão. Havia prometido a si própria pedir desculpas a ele no dia a seguir e assim o fez.

sábado, 15 de maio de 2010

Light Child - Chapter II

Chegou a noite e o jantar foi colocado na mesa.
Mitsuko sentou-se sem abrir a boca, seu pai havia chegado e também não havia dito uma palavra.
Mitsuko tomou coragem e foi a a primeira a falar:
- Pai, como correu o trabalho?

- Correu bem e o teu dia?
- Foi bom, estive a ajudar a mãe a fazer o jantar, tomei conta do Hohaku, limpei a casa, foi bom.
- É bom ouvir isso! Acerca daquele assunto, como estás?
- Eu não me sinto diferente, nem cansada estou, é como se aqueles dias nunca existissem.
- Eu já estava a ficar desesperado!
- Pai, pai, eu já estou bem, já acordei e já voltou tudo ao normal!
- Espero que sim, sabes que és muito especial Mitsuko.
Mitsuko sorriu, levantou-se e deu um abraço no pai, agarrou no seu prato e no de seu pai que já havia acabado.
- Espero que isto tenha sido um desgaste de energia por causa do teu crescimento - disse o seu pai
- Também eu papá.

Mitsuko foi ajudar sua mãe a lavar os pratos e quando acabou foi para a cama e por muito que tentasse, não conseguia adormecer.
Aquele sentimento de preocupação fluía em si como o seu próprio sangue. Sem conseguir dormir, levantou-se, agarrou numa folha de papel e num caneta e sentou se na cama e escreveu:

"Querido Pai, querida Mãe, eu amo-vos muito, porém não quero ser nenhum problema para vocês os dois, desde que nasci que sou um fardo.

A razão pela qual eu estive durante tanto tempo inconsciente foi porque uma coisa que radiava uma luz muito intensa e entrou em mim e sabe-se lá Deus o que fez em mim, eu sei! Eu vi com os meus próprios olhos!

Eu estou a escrever esta carta para me despedir de vocês... porém não sou capaz de vos deixar, voces são tudo o que eu tenho!

Já estou a chorar... a folha já está toda borrada de tinta...

não consigo..."

A chorar, Mitsuko deitou-se, adormeceu passado muito tempo, já com a almofada cheia de lagrimas, deixando a carta em cima da mesa.

Mitsuko acordou.
Estava melhor do que no dia anterior e ao lembrar-se da carta olhou para a mesa, a folha não estava lá. Saltou da cama e começou a procurar. Debaixo da cama, na cadeira, atrás da mesa, debaixo da mesa, nada!
Não havia sinal de folha independentemente do sítio onde Mitsuko procurasse.

Foi para a sala devagar, tentando não ser detectada por ninguém. Passou pelo sofá, pela lareira e não havia sinal de ninguém, nem o seu gato Neko que costumava estar deitado no sofá todas as manhãs.

Foi a cozinha, não havia lá ninguém, sua mãe acordava bem de manha para preparar o almoço e o pequeno-almoço.

Foi ao quarto do seu irmão, mas também ele havia desaparecido.

Foi a correr para a porta da rua.

"Certamente haverá comerciantes e pastores na rua" - pensou ela.

Abriu a porta e nem animais havia na rua, até as moscas que no início do Verão costumavam evadir as aldeias haviam desaparecido.

Mitsuko foi a correr para a casa do governador da aldeia, bateu a porta mas ninguém a respondeu, decidiu ir a casa ao lado e o mesmo aconteceu, repetiu o mesmo varias vezes com varias casas e o mesmo se passou.

Foi para casa com a cara lavada em lágrimas. Foi para sua cama e chorou durante a manha toda.

Comeu e decidiu ir para o local onde havia caído o meteorito.
Estava lá! A cratera, a erva queimada, as árvores partidas, tal como havia acontecido a um mês atrás.

Foi para o centro da cratera e tocou no locar de impacto, estava frio. Não havia nada lá.

Respirou fundo e saiu da cratera.

- Allo!? Consegues ouvir-me? – Perguntou uma voz feminina como se fosse a vizinha do lado

Mitsuko olhou para trás com o coração já cheio de felicidade por haver outra pessoa ali com ela.
Não havia ninguem, olhou para todos os lados e não viu nada, atreveu-se ainda a olhar para o chão – Quem falou? – Perguntou ela.

- Chamo me Aimi, e tu?

- Aimi? Não conheço nenhuma Aimi. Quem és tu? Onde estás?

- Claro que não, eu sou um espírito e fora deste mundo eu não existo! Este é o mundo dos Espíritos. Tu vieste para aqui sabe-se lá porque, não costumamos ter visitas. Infelizmente começaste a chorar e todos os outros espíritos que estavam a ver-te fugiram, além do mais tu és feita de algo, eu nem sei do que sou feita e eu estou aqui em cima.
- Está sol, não te consigo ver.
- E agora?, estou atrás de ti - Perguntou Aimi.

Mitsuko virou-se e olhou para Aimi e caiu no chão.

- Desculpa, assustaste-me.
- Ehh, já esperava essa reacção de ti - Aimi começou a rir-se devagar e depois parou - então, porque estás aqui?
- Sou a Mitsuko e acordei aqui, eu não fiz nada para vir aqui parar.

Aimi pareceu pensativa.

- Se calhar basta ires dormir para voltares ao mundo dos vivos.
- Mas agora não tenho sono, podes mostrar me como é o mundo dos Espíritos?
- Não tem diferença nenhuma do mundo dos humanos, basicamente quando constroem algo novo a construção aparece por si.
- Ah, ok.

De repente passaram outros dois espíritos por elas, Mitusko olhou para ambos e eles olharam para ela e sem parar passaram por uma árvore e saíram pelo outro lado passados poucos segundos.

- Giro não achas? Eu cheguei aqui vai fazer trezentos anos, ainda não me cansei de fazer isso - disse Aimi a rir-se.

Mitsuko sorriu.

- Achas que vamos voltar nos a ver? Quero dizer, eu não sei como vir para aqui por isso não sei se vamos voltar-nos a ver.
Se alguém nos chamar no vosso mundo e obrigar nos a ir para lá, conseguimos andar lá até o feiticeiro nos mandar de volta, pelo menos é o que me contaram quando vim para aqui. Por isso pode ser que nos vejamos outra vez. - Aimi sorriu e abriu os braços - Ser espirito é muito fixe! Um dia, quando vieres para cá, passeamos pelo mundo e se um dia te tornares uma feiticeira, chama-me e diz-me que és tu que estás a chamar me para falarmos um bocadinho.

Mitsuko sentiu uma onda de calor a evadi-la, havia algo a passar-se em si.

- Estou a sentir-me quente e tu? - Perguntou Aimi abanando os braços na sua direcção.

Mitsuko olhou para o pescoço de Aimi e algo parecendo uma letra estava a formar-se lá. Passado um bocado de tempo, o símbolo tornou-se visível e ao invés de uma letra era uma runa. Era composta por três ricos na parte superior um quarto a dividir uma outra parte de baixo e outros dois por baixo criando algo parecido com a palavra Mitsu que significava Luz.

- Tens algo no pescoço, o que é?
- No pescoço? Diz o que? Acho que é o símbolo que pertenço a algum magico, diz me o que é, vá-la! - disse Aimi impacientemente.
- Acho que diz Luz, Mitsu.
- Não disseste que chamavas-te Mitsuko?
- Sim... achas que... mas eu não tenho magia! Eu nem sei fazer magia!
- Calma, vamos pensar, pode ser que sabes fazer magia, mas... não o sabes ainda?
- Achas mesmo? Quer dizer... eu tenho o crescimento acelerado, achas que é magia?
- Não sei... pode ser um sinal que...

Nesse momento um furacão apareceu no meio de ambas e Mitsuko foi como sugada pelo mesmo.
Mitsuko acordou na sua cama, olhou para as suas mãos, saiu da cama e ao lembrar-se da carta olhou para lá, a carta ainda estava lá.
Rasgou a e atirou a para a lareira. Ainda não estava na sua hora de se aventurar pelo mundo fora.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Light Child - Chapter I

Mitsuko nasceu no primeiro dia da Era de Luz. Tinha olhos de cor de âmbar, cabelo loiro extremamente claro, sua pele era quase branca, um sorriso que deixava a maior parte das pessoas sem fala, era graciosa e possuía uma energia ilimitada. Cresceu de forma invulgar, em dois meses parecia já ter quatro e seus pais extremamente preocupados, pensavam ser alguma doença. Outros diziam ser magia negra mas a criança sofria todos os dias, seus ossos cresciam muito rápido e os seus músculos tinham que se desenvolver rapidamente tornando-se num processo deveras doloroso.
Mitsuko cresceu isolada, sua mãe tinha muito medo que ela se magoasse, e assim sendo, nunca teve muitos amigos para alem da sua família. Era filha única e não tinha familia por perto com crianças de sua idade para que pudesse brincar com elas.
Era uma criança normal, mas não o era, mesmo com o seu crescimento invulgar, Mitsuko sempre fora diferente de todas as outras. Era uma criança extremamente dedicada e empenhada, adorava ler, desenhar e criar historias.
Certo mês, ela foi para a escola, todas as crianças sabiam quem era Mitsuko, por isso afastavam-se dela como se ela fosse portadora de uma doença contagiosa. Os professores excluíam-na nas suas aulas e por vezes ignoravam na quando ela pedia para responder as questões que estes colocavam.
Mitsuko passava as aulas a observar os seus colegas a responderem erradamente as perguntas dos professores, enquanto ela sabia perfeitamente qual era a resposta. Observava os pássaros na rua a voarem em liberdade e desejou poder voar com eles. As suas asas eram pequenas, simples, frágeis, o seu amarelo torrado davam lhes tons de beleza ao serem iluminados pelos raios de sol que passam por entre as folhas verdes das árvores majestosas que havia no jardim da escola, continham um ar antigo e gracioso, as suas folhas eram como ondas do mar, levadas pelo vento, a relva no chão, verde. com flores de diversas cores. O pátio da escola era lindo aos olhos de Mitsuko, enquanto os seus colegas falavam mal das instalações, ela adorava o local. Examinava tudo a sua volta, as cores faziam com que ela reflectisse como tudo havia sido criado, os seus formatos e texturas, tudo fazia seus olhos brilharem de alegria.
Anos passaram e seus pais tiveram um filho, ele tinha cabelo castanho, olhos verdes e sua pele era dourada, o que mais se destacava nele era um sinal que ia das suas costas até a barriga, tinha a forma de um dragão e parecia ser uma tatuagem, o que tornou a família ainda mais esquisita aos olhos dos vizinhos. Mitsuko ficou rejubilada, era como se todos os seus desejos se tivessem concretizado, ter um irmão para ela significava ter alguém com quem brincar, alguém que não a visse como uma anormal, alguém que pudesse partilhar todos os seus sentimentos.
Seus pais viram o quão Mitsuko o adorava e decidiram dar-lhe a possibilidade de escolher o nome de seu irmão. Mitsuko pensou durante vários dias, escreveu uma lista inteira de nomes, após eliminar vários dos nomes, decidiu dar-lhe o nome de Kohaku. Mitsuko estava sempre com Kohaku, eram inseparáveis, onde um fosse, o outro tinha que ir.
Anos passaram e o crescimento de Mitsuko parou, ela agora tinha aparecia de uma criança de dezasseis anos e Kohaku tinha quatro anos, seus pais prepararam uma festa de aniversario para ambos, todas as pessoas da vila foram convidadas e todas elas foram. A festa correu espantosamente bem e quando chegou à hora das pessoas se irem embora, Mitsuko era a criança mais feliz de toda a Terra. Todas as outras crianças brincavam com ela como se ela não tivesse problema algum, Kohaku ficava feliz por ver sua irmã tão contente. O dia passou rápido e Mitsuko foi se deitar. Adormeceu passados vinte minutos mas foi acordada com um ruído ensurdecedor, era um barulho como o de um impacto por isso Mitsuko foi logo a rua ver o que se havia passado. Não havia ninguém na rua, parecia que ninguém tinha ouvido ou sentido o impacto. Mitsuko seguiu um rasto de fumo. Ao chegar la viu uma cratera, no centro dela havia uma rocha com um tom dourado, Mitsuko escondeu se atrás de um tronco partido, esperou durante uns momentos até ter a certeza que não havia perigo, depois, desceu e com um ramo tocou na pedra, esta não teve reacção, e nada aconteceu ao ramo por isso, Mitsuko tocou-lhe com a palma da mão, a rocha era fria e lisa.
De súbito, um calor envolveu a pedra, num instante, outrora fria, esta ardia e Mitsuko retirou a mão. A pedra continuava a aquecer, aqueceu tanto que ganhou uma tonalidade laranja. Com o calor, a pedra rachou e da racha saia uma luz de tal potencia que só olha-la cegava qualquer olho humano, que tornava a noite em dia sem qualquer problema, no entanto, Mitsuko olhava para a luz como se nada a perturbasse, os seus olhos cor de âmbar fitavam a pedra e a luz que subia a sua frente. Ela conseguiu destacar uma esfera no centro desta luz, a esfera vibrava, era como se a vida de todo o mundo saísse de si.
Segundos passaram até que a luz entrou num transe e elevou-se a uma altura que nem os mais fortes e poderosas criaturas chegavam, ultrapassou a barreira que dividia a Terra do Espaço.
Parou, ficou imóvel como que a olhar para o planeta, agora, toda a Terra estava iluminada, no entanto ninguém saia a rua para ver o que se passava.
A luz começou a descer, suavemente como uma pluma a descer no céu. Passados uns momentos, aumentou a velocidade e caiu como uma flecha, Mitsuko não se conseguia mover, nem era esse o seu desejo. Ela olhava a esfera sem conseguir deixar de a observar. Cada vez mais próximo do chão, aquela coisa desconhecida parecia estar mesmo em cima de Mitsuko.
Para ela, tudo parecia durar uma eternidade. Ela piscou os olhos uma vez e a esfera bateu nela e tudo ficou preto.
Acordou na sua cama, sua mãe estava a seu lado olhando a com um ar preocupado, seu irmão estava aos pés da cama a brincar com uns cubos de múltiplas cores. Ao Ver Mitsuko acordar, tanto sua mãe como seu irmão lançaram-se a ela.
- Maninhaaaa - gritou Kohaku.
- Ahhhh, tão me a esmagar! O que fazem no meu quarto a esta hora? Deviam estar a durmir!
Sua mãe olhou a com lágrimas nos olhos.
- Não te lembras de nada?
- Lembro me da luz, além disso não me lembro de mais nada.
- Tu estás inconsciente a três semanas!
- O que?!?! Não pode ser! Foi ontem que brinquei com a luz!
- Qual luz?
- Ontem caiu um meteorito no bosque, vocês não ouviram, nem sentiram nada?
- Não caí meteoritos no Reino desde que os Magos lançaram um escudo protector! É impossível que algum tenha passado por essa barreira e não se ter tornado em pó!
- Mas eu não estou a mentir, eu vi, eu senti! Até saiu de lá a luz, parecia estar tão feliz a dançar! Depois, ela caiu em mim e só me lembro de acordar aqui, nem o tempo que passei a dormir pareceu muito. Nem sonhos tive, eu tenho a certeza que tudo se passou ontem!
- Filha, não brinques com coisas serias, o teu pai encontrou te no bosque, ah três semanas atrás, se não fosse pelos teus movimentos enquanto dormias, já te tínhamos sepultado, tive tanto medo! Por favor, não brinques com esse assunto e quando falares com o teu pai diz lhe obrigado e esquece nesse assunto! Entendido?
- Sim mãe.

Chapter II - Vai ser escrito noutra mensagem, fazendo, assim, as mensagens mais curtas.